Permita que eu feche os meus
olhos,
pois é muito longe e
tão tarde!
Pensei que era
apenas demora,
e cantando pus-me a
esperar-te.
Permita que agora
emudeça:
que me conforme em
ser sozinha.
Há uma doce luz no
silencio
e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte
o meu rosto para um
céu maior que este mundo,
e aprenda a ser
dócil no sonho como
as estrelas no seu rumo.
(Cecília Meireles)