Entre a vida e a morte há apenas
o
simples fenómeno
de uma
subtil transformação. A morte
não é
morte da vida.
A
morte não é inação, inutilidade.
A
morte é apenas a face obscura,
mínima,
em gestação
de uma
viagem que não cessa de ser. Aventura
prolongada
desde
o porão do tempo. Projectando-se
nas
naves inconcebíveis do futuro.
A
morte não é morte da vida: apenas
novas
formas de vida. Nova
utilidade.
Outro papel a desempenhar
no
palco velocíssimo do mundo. Novo ser-se (comércio
do pó)
e não se pertencer.
Nova
claridade, respiração, naufrágio
na
maquina incomparável do universo.
(Casimiro de Brito)