Ouve estes versos que te
dou, eu
os fiz
hoje que sinto o coração contente
enquanto
teu amor for meu somente,
eu
farei versos ... e serei feliz...
E hei
de fazê-los pela vida afora,
versos
de sonho e de amor, e hei depois
relembrar
o passado de nós dois...
esse
passado que começa agora...
Estes
versos repletos de ternura são
versos
meus, mas que são teus, também...
Sozinha,
hás de escutá-los sem ninguém que
possa
perturbar vossa ventura...
Quando
o tempo branquear os teus cabelos
hás de
um dia mais tarde, revive-los nas
lembranças
que a vida não desfez...
E ao
lê-los...com saudade em tua dor...
hás de
rever, chorando, o nosso amor,
hás de
lembrar, também, de quem os fez...
Se
nesse tempo eu já tiver partido e
outros
versos quiseres, teu pedido deixa
ao
lado da cruz para onde eu vou...
Quando
lá novamente, então tu fores,
pode
colher do chão todas as flores, pois
são os
versos de amor que ainda te dou.
(J. G. de Araújo Jorge)
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